Buser anuncia novo sistema com 3 sensores que alertam para risco de acidentes. Equipamentos estão sendo instalados em toda a frota parceira, priorizando rotas mineiras.
Pioneira na incorporação da inteligência artificial nas viagens de ônibus por aplicativo, a startup Buser inova mais uma vez. No Maio Amarelo, mês da segurança viária, a plataforma deu início à instalação de um novo sistema de câmeras inteligentes, que funciona com um sistema 3 em 1, na frota de ônibus das empresas fretadoras parceiras.
Para prevenir acidentes nas rodovias, o equipamento conta com um sensor anticolisão que detecta com precisão a aproximação de veículos, animais e outros objetos. Outro sensor monitora quando o motorista troca de pista sem sinalização. E o terceiro identifica sinais de cansaço, sonolência ou desatenção dos condutores, monitorando o tempo de piscada e desvios no olhar.
A novidade já foi instalada em 90 ônibus da frota parceira, sendo que mais de 60% fazem rotas em Minas Gerais. A previsão é chegar a mais de 200 ônibus totalmente equipados ainda no segundo semestre.
O conjunto com três câmeras é controlado por inteligência artificial interligada à central de monitoramento da startup, que é avisada em caso de risco iminente de colisão. Funciona assim: uma das câmeras está posicionada à direita do condutor, no centro do painel, filmando a cabine inteira. À esquerda do motorista fica a câmera com sensor de fadiga, para identificar sinais de sonolência e desatenção. A terceira, voltada para a pista, conta com sensor anticolisão e de mudança de faixa.
Nesses casos, o sistema emite avisos sonoros para o motorista. Toda vez que são emitidos três alertas do mesmo tipo por minuto, a central da Buser é notificada para providenciar um alerta extra ao condutor e, eventualmente, providenciar a substituição do motorista. O tempo médio entre a constatação do problema e a resolução leva cerca de um minuto. A plataforma também notifica a empresa parceira sobre o ocorrido.
“Temos investido em itens de segurança dentro dos ônibus desde 2019, o que tem trazido muito aprendizado. A inteligência artificial não faz tudo sozinha, precisamos interpretar os dados corretamente, programar e analisar. Não basta instalar o equipamento, precisamos ensiná-lo a parametrizar os comportamentos corretamente, como programar os tempos de piscada e desvios no olhar, no caso das câmeras com sensores de fadiga. É a partir desses indicadores de comportamento no volante que tomamos medidas preventivas para evitar que ocorra um acidente”, explica o head de Segurança na Buser, Evandro Salgado.
Além de investir em novas tecnologias, a Buser conta com uma estrutura de monitoramento que envolve mais de 50 pessoas (das áreas de qualidade, risco e segurança) e funciona 24 horas por dia nos sete dias da semana. “Nosso time acompanha remotamente as viagens para analisar os dados e agir, se for preciso. Além disso, essa coleta de dados permite que a Buser envie relatórios informativos às fretadoras parceiras sobre o perfil de condução, cumprimento das normas e regras de segurança pelos motoristas, aumentando a transparência e a responsabilidade das empresas com a plataforma”, afirma Salgado.
As fretadoras parceiras da startup não possuem nenhum custo extra em relação aos equipamentos. A aquisição, instalação e manutenção são pagas pela Buser. Vale reforçar que as viagens nos ônibus que utilizam as novas tecnologias custam o mesmo preço das demais, pois dentro da modalidade fretamento colaborativo o valor é definido de acordo com o volume de passageiros e o rateio do frete.
Antes das câmeras com sensor de fadiga, a Buser já havia instalado o sistema de telemetria veicular, tecnologia que permite monitorar e coletar dados dos ônibus em tempo real, identificando oportunidades de treinamento e melhoria. A startup utiliza o equipamento para monitorar a condução dos motoristas de ônibus, identificando comportamentos de risco, como excesso de velocidade e frenagens bruscas. Quando o condutor ultrapassa 90 km/h, por exemplo, um alerta sonoro é acionado. Se isso se repetir, o motorista recebe uma advertência e a empresa é multada.
Mais de 30% da frota fixa que roda pela plataforma já está equipada com algum tipo de câmera, seja de fadiga ou o novo sistema 3 em 1. Além disso, 70% dos ônibus contam com a telemetria veicular. O sistema de câmeras é fruto de uma parceria da Buser com a fabricante Sascar. Já a telemetria é da Infleet, logtech baiana de gestão e integração de frotas.
Priorização de rotas perigosas
Para garantir que os equipamentos sejam assertivos na prevenção de acidentes, a Buser também iniciou um projeto de mapeamento das rotas perigosas, que está sendo considerado na hora da instalação dos itens. Com base nas informações da Polícia Rodoviária Federal, a plataforma criou um mapa das rotas com mais acidentes no país e os tipos de ocorrências. Esse projeto teve início no ano passado e segue entre as prioridades da startup para 2023.
A partir disso, a plataforma passou a priorizar o investimento em expansão de equipamentos de segurança nos ônibus que rodam nesses trechos, preferencialmente com viagens noturnas e com rotas longas, que exigem a presença de dois motoristas. É o caso dos ônibus que fazem viagens passando pela BR-040, principalmente dentro de Minas Gerais, que estão sendo cobertos pela nova tecnologia. Dos ônibus equipados com as câmeras inteligentes atualmente, cerca de 60% fazem rotas em território mineiro.
Conscientização dos motoristas e regras mais duras
Em meio às ações do Maio Amarelo, a Buser terá um programa de palestras para falar sobre a importância da direção segura para as mais de 300 empresas parceiras, que somam cerca de 10 mil motoristas cadastrados na base da plataforma.Todo novo condutor que começa a realizar viagens pela Buser é obrigado a estudar seis cursos online, seguidos de uma prova simulada: direção defensiva, dicas extras de direção defensiva, viagem segura, navegação do aplicativo e transporte de bagagens e animais de estimação. Os motoristas passam ainda por reciclagens periódicas, que também são realizadas em casos de infrações às regras da startup.
A Buser também adotou rotinas que prezam pela qualidade das viagens, indo além do que determina a legislação que regulamenta o setor. A legislação atual determina que o condutor precisa ser trocado a cada 8 horas de viagem, mas a startup exige que o segundo motorista (ou reserva) seja escalado em viagens que duram a partir de 7h20min, ampliando a garantia para a distância percorrida. O suplente também é acionado em percursos a partir de 460 quilômetros – no entanto, em ônibus do tipo DD (Double Decker), aqueles de dois andares com passageiros nos dois pisos, é sempre necessária a presença do segundo motorista, mesmo que a viagem seja mais curta.